A MANIPULAÇÃO DA MÍDIA TELEVISIVA

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Na classe de uma escola quando fazia o terceiro ano do ensino médio, falei a uma professora o que há dias perturbava a minha mente:

- As redes televisivas manipulam a mente das pessoas.

- Desculpa meu amigo, mas não entendi – retrucou a professora.

- É verdade. Os programas de televisão manipulam de certa forma a mente dos telespectadores entre crianças, jovens e até mesmo adultos, com diversos programas nas diferentes modalidades (novelas com cenas obscenas, filmes extravagantes, reality shows,) e outros programas chulos onde a maioria só traz desgraça e contaminação de mentes. Asneira tamanha, que nem os críticos mais versados observam isto, quer dizer, os que permanecem do lado dessas redes.

- Ah! Então quer dizer que nem tudo o que passa na TV é para ser apreciado?

- Claro que não. Por exemplo, existem propagandas incentivando o uso do preservativo (tire a camisinha do armário, use-a!) com tanta pressão, usando “marketing de primeira qualidade”. No entanto não é apenas advertindo contra as DST’s, mas sim também estimulando as pessoas para o sexo antes do casamento contribuindo para a gravidez na adolescência. Eis a questão.

- “Coitados” sentem-se pressionados a usar ou a fazer tal coisa – disse um aluno que escutava a nossa conversa.

- Nada mais é do que manipulação, quer dizer, influência da mídia na vida particular e o próprio sentimento dos que se sentam em frente à televisão para se deixar ser enganados por coisas fajutas e asneiras que não tem nada a ver com educação como alguns supõem. Querem fazer o bem usando o mal – completei.

- Por mais que alguém não queira, termina sendo influenciado.

- Não... A televisão só influencia quem se deixa ser levado por ela – disse a educadora.

Depois daquela longa conversa a professora, fui para casa onde continuei as minhas pesquisas sobre o assunto. À noite, chegando à casa de um amigo meu, observei duas crianças de 10 anos cada, que se beijavam.

- Onde vocês aprenderam essas coisas? Perguntaram os pais preocupados com a situação.

- É que vimos isso na novela – responderam as crianças, assustadas.

No dia seguinte li uma entrevista realizada pelo IDEC (instituto brasileiro de defesa do consumidor), onde a psicanalista Ana Olmos foi a entrevistada. A especialista respondeu perguntas como: A TV deixa de fazer seu papel como concessão pública, principalmente pelas mensagens transmitidas a essa geração, que representa o futuro do país? Ana Olmos responde: “Sem dúvida. Entre as mensagens veiculadas pela TV, há algo que preocupa muito por ser difícil de detectar como uma agressão, uma violência á vida mental de crianças e adolescentes. São os modelos estimulados de um estilo de vida consumista”. A psicanalista conclui que, “a dependência da TV pode causar diminuição do exercício de pensar, dificuldade para ordenar o pensamento, inibição da curiosidade e da criatividade entre outros”.

Veja o que diz a canção “Televisão” dos titãs (Marcelo Fromer, Tony Belotto e Arnaldo Antunes): “A televisão me deixou burro, muito burro demais, agora todas as coisas me parecem iguais. A mãe diz pra eu fazer alguma coisa, mas eu não faço nada, a luz do sol me incomoda, então deixo a cortina fechada. É que a televisão me deixou burro, muito burro demais, e agora eu vivo dentro dessa jaula junto com os animais”.

Mostrei esses resultados ao meu amigo que logo concordou comigo:

- A mídia televisiva manipula a mente das pessoas – disse,

- A responsabilidade pelo uso da televisão é dos pais, em classificar os programas adequados á idade de seus filhos, comenta a esposa do meu amigo que enfatiza ainda: “o que pode proporcionar um bom uso da televisão é criticá-la de modo correto, e aceitar que principalmente as crianças assistam programas, que venham mostrar o hábito pela leitura e as diferenças culturais sem prejudicar ou manipular a mente dos telespectadores”. 

Jadson Carvalho